
O tratamento da obesidade é um tema que desperta muitas dúvidas, especialmente porque a abordagem dessa condição tem evoluído significativamente nos últimos anos. Com o reconhecimento de que a obesidade é uma doença crônica e multifatorial, o foco deixou de ser apenas a perda de peso e passou a considerar o impacto da gordura corporal na saúde metabólica, cardiovascular e psicológica. Ainda assim, muitas pessoas se sentem perdidas diante das diversas opções de tratamento, especialmente em relação ao uso de medicamentos, que têm ganhado destaque como parte dos protocolos modernos.
Essas incertezas são comuns e refletem tanto a complexidade da obesidade quanto a necessidade de informações claras e acessíveis. Entre as questões mais frequentes estão desde as indicações para o uso de medicações, seus possíveis efeitos colaterais e a duração do tratamento, até dúvidas sobre segurança, eficácia e a importância de mudanças no estilo de vida. Neste artigo, vamos explorar as 12 maiores dúvidas sobre o tratamento da obesidade, com foco especial no tratamento farmacológico, trazendo respostas embasadas em ciência e de fácil compreensão para esclarecer mitos, trazer confiança e ajudar você a tomar decisões mais conscientes sobre sua saúde.
QUAIS SÃO AS OPÇÕES PARA O TRATAMENTO DA OBESIDADE ?
O tratamento da obesidade é multidisciplinar e envolve diferentes abordagens, desde mudanças comportamentais até intervenções mais complexas, como o uso de medicações modernas e, em casos específicos, cirurgia bariátrica. O objetivo principal é não apenas a perda de peso, mas também a melhora das condições de saúde associadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono e outras complicações metabólicas.
Medidas Comportamentais: Alimentação e Atividade Física
A base do tratamento da obesidade ainda reside nas mudanças no estilo de vida. Uma dieta equilibrada, ajustada às necessidades metabólicas de cada paciente, é essencial. Estratégias como a dieta hipocalórica, focada na restrição calórica controlada, e a dieta mediterrânea, com propriedades anti-inflamatórias, são frequentemente indicadas.
A atividade física também desempenha um papel crucial, ajudando a aumentar o gasto energético, melhorar a composição corporal e promover a saúde cardiovascular. No entanto, estudos mostram que, isoladamente, essas medidas podem não ser suficientes para pacientes com obesidade, devido às adaptações metabólicas que dificultam a manutenção do peso perdido.
Terapia Farmacológica: O Foco do Tratamento Moderno

Nos últimos anos, os avanços na farmacologia transformaram o tratamento da obesidade. As medicações modernas são um dos pilares mais eficazes no manejo da obesidade, especialmente para pacientes com IMC ≥30 kg/m² ou IMC ≥27 kg/m² com comorbidades associadas. Elas atuam de forma direta no controle do apetite, na redução do peso corporal e na melhora das condições metabólicas.
Essas medicações não são uma solução única, mas parte de um protocolo abrangente que deve ser acompanhado por mudanças comportamentais e supervisão médica rigorosa. É fundamental que o uso seja personalizado, considerando o perfil metabólico e as necessidades do paciente.
MÉDICO QUE ATUA NO TRATAMENTO DA OBESIDADE E NO EMAGRECIMENTO
O Dr. Divino Mamede tem formação no Tratamento em Obesidade e Emagrecimento com sua pós graduação no maior e mais respeitado hospital do Brasil, o Hospital Israelita Albert Eistein – SP. Com um histórico de sucesso no tratamento da obesidade, o Dr. Divino Mamede oferece protocolos únicos e individualizados, aliados à ciência mais avançada. Agende sua consulta e descubra um novo caminho para o emagrecimento.

Balão Intragástrico por Endoscopia
O balão intragástrico é uma opção minimamente invasiva que consiste na introdução de um balão preenchido com solução salina no estômago, por via endoscópica. Ele reduz o volume gástrico disponível, aumentando a saciedade e diminuindo o consumo alimentar.
Cirurgia Bariátrica: Uma Opção em Casos Específicos
A cirurgia bariátrica é reservada para pacientes com IMC ≥40 kg/m² ou IMC ≥35 kg/m² com comorbidades graves. É uma abordagem invasiva que exige um compromisso vitalício com mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico.
Mas, o que existe de mais moderno?
O tratamento da obesidade passou por uma verdadeira revolução com o desenvolvimento das medicações modernas, que hoje oferecem resultados impressionantes, muitas vezes comparáveis aos da cirurgia bariátrica. Essa transformação começou com a descoberta de hormônios que regulam o apetite e o metabolismo, como o GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1), e avançou para uma nova geração de terapias que não apenas ajudam na perda de peso, mas também melhoram a saúde metabólica de forma global.
O Marco Inicial: A Liraglutida
A liraglutida foi uma das primeiras medicações baseadas no GLP-1 a ser amplamente utilizada para o tratamento da obesidade. Originalmente desenvolvida para diabetes tipo 2, descobriu-se que ela também ajudava os pacientes a reduzir o apetite e a aumentar a sensação de saciedade. Essa medicação trouxe uma perda de peso média de 5% a 10% do peso corporal, além de benefícios como melhor controle glicêmico e redução de marcadores inflamatórios. Embora eficaz, era apenas o início de uma jornada que prometia muito mais.
A Revolução: Semaglutida e Resultados Transformadores
Com a chegada da semaglutida, o tratamento da obesidade alcançou outro patamar. Também um agonista do GLP-1, mas com maior potência e duração de ação, a semaglutida mostrou resultados surpreendentes. Estudos clínicos indicaram que, na dose de 2,4 mg semanal, a perda de peso média poderia chegar a 15% do peso corporal. Esse resultado é semelhante ao obtido com algumas cirurgias bariátricas, mas sem a necessidade de procedimentos invasivos.
Além disso, a semaglutida demonstrou benefícios adicionais, como melhora do controle glicêmico, redução da pressão arterial e melhora nos perfis lipídicos, tornando-a uma ferramenta poderosa para o controle das complicações metabólicas da obesidade.
O Futuro Chegou: Tirzepatida
Enquanto a semaglutida estabelecia novos padrões, a tirzepatida elevou ainda mais as expectativas. Essa medicação combina a ação em dois hormônios, o GLP-1 e o GIP (polipeptídeo inibidor gástrico), que atuam sinergicamente para controlar o apetite e melhorar o metabolismo. Nos estudos clínicos, a tirzepatida demonstrou uma perda de peso média de até 22%, superando todas as medicações anteriores e rivalizando diretamente com os melhores resultados de cirurgias bariátricas. Além disso, mostrou-se eficaz no controle da resistência à insulina e na reversão de diabetes tipo 2, reforçando sua aplicação no manejo da obesidade.
O Que Vem por Aí: Retatrutide e o Novo Horizonte
Agora, o mundo da ciência aguarda ansiosamente a chegada da retatrutide, uma medicação que atua em três receptores hormonais diferentes (GLP-1, GIP e glucagon). Com base nos estudos preliminares, a retatrutide promete levar a perda de peso a níveis ainda mais impressionantes, superando 25% do peso corporal em alguns casos. Essa abordagem multifacetada representa o próximo passo na evolução das terapias farmacológicas, abordando a obesidade de maneira mais ampla e eficaz.
Essas medicações modernas não são apenas números em estudos clínicos. Elas representam uma transformação na vida de pessoas que, por anos, lutaram contra o peso sem sucesso. Hoje, é possível controlar a obesidade de forma eficaz, melhorar a saúde metabólica e recuperar a autoestima sem recorrer a métodos invasivos. Mais do que isso, essas terapias mostram que a obesidade é uma doença com tratamento, quebrando estigmas e trazendo esperança para milhões de pessoas.
Sou obeso e não sinto nada. Por que deveria tratar meu excesso de peso?

Não sentir nada, fisicamente, pode dar a impressão de que está tudo bem. Mas o corpo, assim como um motor silencioso, pode estar acumulando desgaste sem que você perceba. A obesidade é uma condição que nem sempre grita no início, mas sussurra lentamente ao longo do tempo, afetando sua saúde de maneiras que muitas vezes só aparecem quando já causaram impacto.
Pense no excesso de peso como carregar uma mochila cheia de pedras todos os dias. Você pode até se acostumar ao peso, mas isso está sobrecarregando seu coração, articulações, pulmões e até mesmo seu cérebro, mesmo que você ainda não sinta. A obesidade aumenta o risco de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono, problemas articulares e até câncer, condições que podem se desenvolver de forma silenciosa por anos antes de mostrarem sintomas.
Tratar o excesso de peso não é apenas sobre o que você sente agora, mas sobre proteger o seu futuro. É como cuidar de um jardim antes que as ervas daninhas tomem conta. É garantir que você tenha energia, disposição e saúde para aproveitar plenamente a vida, sem ser surpreendido por problemas que poderiam ser evitados.
Além disso, o tratamento da obesidade não se trata apenas de números na balança; é sobre ganhar qualidade de vida. É sobre dormir melhor, respirar mais facilmente, se movimentar sem dores e sentir-se mais confiante em sua própria pele. Hoje, temos tratamentos modernos, como medicações que ajudam a controlar o apetite e promover uma perda de peso significativa, além de abordagens personalizadas que respeitam a sua história e suas necessidades.
Por isso, mesmo que hoje você não sinta nada, tratar a obesidade é um ato de cuidado com você mesmo, um investimento no seu presente e no seu futuro.
Meu pai e minha mãe eram obesos. Serei também ?
Ter pais obesos aumenta, sim, o risco de desenvolver obesidade, mas isso não significa que a obesidade é uma certeza para você. A genética desempenha um papel importante na predisposição para o acúmulo de peso, influenciando fatores como metabolismo, controle do apetite, armazenamento de gordura e até a forma como seu corpo responde a alimentos e exercícios. Estudos mostram que filhos de pais obesos têm cerca de 40% a 70% de chance de desenvolver obesidade, dependendo de fatores ambientais e comportamentais.

No entanto, a genética não é um destino final. O ambiente e os hábitos de vida têm um impacto significativo. Por exemplo, se você adota uma alimentação equilibrada, mantém-se ativa fisicamente e faz acompanhamento médico, pode reduzir substancialmente o risco de desenvolver obesidade, mesmo com uma predisposição genética.
Além disso, hoje sabemos que a obesidade é multifatorial. Não é apenas a genética, mas também os hábitos aprendidos na infância, como padrões alimentares e comportamentos relacionados à atividade física, que contribuem para esse risco. A boa notícia é que, com o conhecimento que temos hoje, é possível atuar de forma preventiva, modificando os fatores de risco e controlando o peso de maneira saudável.
Portanto, ter pais obesos é um alerta, não uma sentença. Com escolhas conscientes e acompanhamento médico, você pode controlar sua saúde e evitar o desenvolvimento da obesidade.
Existem tratamentos naturais ou alternativos eficazes para o tratamento da Obesidade?
A obesidade é uma doença crônica, multifatorial e progressiva, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Assim como outras doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, ela exige um tratamento contínuo e baseado em evidências científicas. Muitas vezes, as pessoas buscam tratamentos naturais ou alternativos como solução, mas é importante entender que, por mais que essas abordagens possam complementar o manejo da obesidade, elas não substituem tratamentos médicos eficazes e bem estabelecidos.
Assim como no diabetes ou na hipertensão, a obesidade não é uma questão de “cura”, mas de controle. Mesmo que um paciente alcance um peso saudável, ele continua a ser biologicamente predisposto ao ganho de peso, devido a fatores como alterações no metabolismo, regulação hormonal e mecanismos do cérebro relacionados ao apetite. Por isso, o tratamento da obesidade deve ser contínuo, e interrompê-lo pode levar à recuperação do peso e ao retorno das complicações associadas.
A obesidade envolve mecanismos biológicos complexos que tratamentos naturais ou alternativos, isoladamente, não conseguem controlar de forma eficaz. Por exemplo:
1. Alterações Hormonais: Pacientes com obesidade apresentam níveis alterados de hormônios que regulam o apetite, como grelina (hormônio da fome) e leptina (hormônio da saciedade). Esses desequilíbrios exigem intervenções farmacológicas específicas que modulam esses hormônios.
2. Metabolismo: Após perder peso, o corpo reduz o gasto energético, tornando difícil manter a perda de peso a longo prazo apenas com dieta e exercício. Esse fenômeno, conhecido como “adaptação metabólica”, muitas vezes exige o suporte de medicamentos.
3. Inflamação Crônica: A obesidade causa inflamação sistêmica, aumentando o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e outras condições graves. Tratamentos farmacológicos modernos ajudam a reduzir esses riscos.
Métodos alternativos, como dietas extremas, suplementos não regulamentados e terapias sem comprovação científica, podem não apenas ser ineficazes, mas também perigosos. Por isso, é essencial que qualquer abordagem seja orientada por profissionais qualificados, que considerem o histórico e as necessidades do paciente.
E quando eu atingir o peso saudável desejado. Como mantê-lo?

Quando você atinge o peso desejado, manter esse resultado é um desafio porque o corpo tem mecanismos naturais que tentam trazer o peso de volta ao que ele considera ‘normal’. Isso acontece porque a obesidade é uma doença crônica e, mesmo após a perda de peso, fatores fisiopatológicos continuam ativos. Por exemplo, hormônios como a grelina, que aumenta a fome, ficam mais elevados, enquanto a leptina, que controla a saciedade, pode permanecer reduzida. Além disso, o metabolismo basal diminui, fazendo com que o corpo gaste menos calorias em repouso, como uma ‘economia de energia’ para se proteger de um possível período de escassez.
Pense no seu corpo como um termostato: ele tenta manter o peso em uma zona que considera confortável, mas, após emagrecer, esse termostato pode tentar ajustar para cima novamente. É aí que entra a importância de estratégias contínuas. Manter o peso é como cultivar um jardim; você não pode simplesmente plantar e ir embora. É preciso cuidar, ajustar e proteger para que ele continue florescendo.
Para isso, combinações de hábitos saudáveis e suporte médico são essenciais. Um plano de manutenção deve incluir uma dieta equilibrada, que forneça energia suficiente sem causar acúmulo de gordura, exercícios regulares para manter o gasto calórico elevado e fortalecer os músculos, e, em alguns casos, o uso contínuo de medicamentos que ajudem a controlar o apetite e manter o metabolismo ativo.
Manter o peso também envolve monitoramento constante, como visitas regulares ao médico para ajustar as estratégias, identificar sinais de ganho de peso precoce e agir rapidamente. A chave para o sucesso é entender que o tratamento não acaba quando você atinge o peso desejado, mas continua com uma abordagem que protege os resultados e garante uma vida saudável e equilibrada
Existe tratamento para a compulsão por doce?
Sim, existe tratamento para a compulsão por doces, e ele envolve uma abordagem que considera os aspectos fisiopatológicos dessa condição. A compulsão alimentar, incluindo o desejo intenso por doces, está relacionada a alterações nos circuitos cerebrais que regulam o apetite, o controle do impulso e a recompensa.

A compulsão por doces está ligada a alterações no funcionamento do cérebro e do corpo que tornam difícil controlar esse comportamento. No cérebro, o sistema que regula o prazer e a recompensa, chamado sistema dopaminérgico, fica desregulado. Isso significa que, para sentir prazer, o cérebro precisa de estímulos mais intensos, como os alimentos ricos em açúcar. É como se ele ‘pedisse’ por doces para liberar dopamina, que é o neurotransmissor do prazer. Isso cria um ciclo onde a pessoa sente uma necessidade cada vez maior de consumir esses alimentos.
Outro ponto importante é o papel da serotonina, que regula o humor e a saciedade. Quando os níveis de serotonina estão baixos, a pessoa sente mais necessidade de buscar conforto nos doces, já que eles proporcionam um alívio momentâneo. Isso também explica por que a compulsão por doces está frequentemente ligada a episódios de ansiedade e estresse.
Além disso, hormônios como a leptina e a grelina, que controlam a fome e a saciedade, também podem estar desregulados. A leptina, que sinaliza ao cérebro que você está saciado, pode não funcionar bem em pessoas com compulsão alimentar, enquanto a grelina, que estimula a fome, pode permanecer elevada, mesmo quando o corpo já não precisa de mais energia.
Outro fator importante é a inflamação no corpo, comum em pessoas com obesidade ou compulsão alimentar. Essa inflamação pode interferir no sistema de controle do apetite e nos sinais que o cérebro recebe, tornando mais difícil resistir aos doces.
A compulsão por doces não é apenas uma questão de força de vontade; ela tem raízes fisiológicas nos sistemas de recompensa e controle do apetite. O tratamento adequado pode ajudar a reequilibrar esses sistemas, proporcionando controle sobre a alimentação e prevenindo complicações associadas, como ganho de peso, resistência à insulina e diabetes tipo 2.
Se eu quiser emagrecer, tenho que parar com a bebida alcoolica?
Quando o assunto é emagrecimento, o consumo de bebidas alcoólicas pode ser um grande obstáculo por várias razões fisiopatológicas. O álcool é uma fonte de calorias vazias, ou seja, calorias que não oferecem nutrientes essenciais. Cada grama de álcool tem 7 calorias, quase o dobro das calorias encontradas em carboidratos ou proteínas. Além disso, o álcool interfere no metabolismo, priorizando sua metabolização pelo fígado, o que reduz temporariamente a queima de gordura para produzir energia. Esse processo, chamado de ‘inibição da oxidação lipídica’, contribui para o acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal.
O álcool também desregula hormônios relacionados ao apetite, como a leptina e a grelina. Ele pode aumentar a grelina, conhecida como o ‘hormônio da fome’, enquanto reduz a leptina, que sinaliza saciedade ao cérebro. Isso não só aumenta o consumo calórico, mas também estimula a preferência por alimentos altamente calóricos e palatáveis, como frituras e doces, dificultando ainda mais o emagrecimento.
Além disso, o consumo regular de álcool pode ativar o sistema de recompensa cerebral de maneira semelhante aos alimentos altamente palatáveis, como doces. Esse mecanismo é mediado pelo sistema dopaminérgico, o mesmo envolvido no comportamento de compulsão alimentar. Quando o álcool é consumido, ele libera dopamina, gerando prazer e reforçando o comportamento de busca pela bebida. Esse ciclo pode levar a um consumo excessivo e frequente, prejudicando os esforços para perder peso.
O Papel do GLP-1 no Controle do Consumo de Álcool
Medicações baseadas no GLP-1 (Ozempic® e Wegovy®), não só auxiliam no controle do apetite, mas também têm mostrado reduzir o consumo de álcool em estudos clínicos. O GLP-1 atua diretamente no sistema nervoso central, particularmente nas áreas do cérebro relacionadas à recompensa, como o núcleo accumbens. Ele modula a liberação de dopamina, diminuindo o prazer associado ao consumo de álcool e reduzindo a compulsão pela bebida.
Os análogos do GLP-1 também melhoram a sensibilidade à insulina e reduzem a inflamação sistêmica, fatores que também podem estar associados ao desejo por álcool e alimentos hipercalóricos. Dessa forma, essas medicações não apenas ajudam na perda de peso, mas também no controle de comportamentos compulsivos, como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Potanto, embora não seja obrigatório parar completamente de consumir álcool para emagrecer, a redução ou eliminação do consumo pode acelerar os resultados e facilitar o processo. O álcool atrapalha o metabolismo, estimula o apetite e favorece o armazenamento de gordura, dificultando o controle do peso. Com o auxílio de medicações modernas, como as baseadas no GLP-1, é possível controlar a compulsão pela bebida alcoólica e promover uma relação mais equilibrada com o consumo de calorias, ajudando a alcançar resultados mais consistentes no tratamento da obesidade.
Qual a eficácia das dietas para perder peso a longo prazo?

A obesidade é uma doença crônica, assim como hipertensão e diabetes, e precisa ser tratada de maneira séria e contínua. Embora dietas e atividade física sejam componentes importantes de um estilo de vida saudável, não são suficientes isoladamente para garantir a perda de peso sustentada a longo prazo na maioria das pessoas que têm obesidade.
Pesquisas mostram que apenas 5% das pessoas conseguem manter o peso perdido por meio de dieta e exercícios sozinhos. Isso ocorre porque a obesidade não é apenas uma questão de força de vontade ou comportamento, mas um problema biológico e metabólico. O corpo luta contra a perda de peso, reduzindo o metabolismo e aumentando a fome, o que dificulta a manutenção do peso alcançado.
Assim como na hipertensão e no diabetes, o tratamento da obesidade deve ser individualizado e baseado em evidências científicas, podendo incluir medicações aprovadas e outras intervenções médicas. Essas abordagens, combinadas com mudanças de estilo de vida, oferecem os melhores resultados para o controle da obesidade e a melhoria da qualidade de vida.
Por isso, é fundamental entender que obesidade é doença e precisa de um tratamento completo, que vai além das dietas tradicionais. Com o acompanhamento médico adequado, é possível alcançar e manter um peso saudável, além de prevenir as complicações associadas.
Quanto tempo leva para ver resultados em um programa de tratamento da obesidade?
O tempo para começar a observar resultados em um programa de tratamento de obesidade pode variar de acordo com o protocolo utilizado, mas, com as medicações modernas aprovadas para o tratamento da obesidade, os efeitos podem ser bastante rápidos e significativos.

Estudos recentes mostram que essas medicações podem entregar resultados comparáveis à cirurgia bariátrica. Por exemplo, o estudo SURMOUNT-1 avaliou a eficácia da Tirzepatida, uma das medicações mais modernas disponíveis, e demonstrou uma perda de peso média de 20,9% do peso corporal inicial em 72 semanas, com muitos pacientes já apresentando perdas significativas nas primeiras 12 semanas de tratamento.
Outra medicação, a Semaglutida, mostrou no estudo STEP-1, perda média de 14,9% do peso corporal em 68 semanas, sendo que os pacientes começaram a notar reduções de peso a partir das primeiras semanas.
Esses resultados são comparáveis à cirurgia bariátrica, que, em média, entrega uma perda de peso de 25% a 30% do peso corporal inicial, mas com o benefício de que as medicações são menos invasivas e ajustáveis às necessidades individuais.
Portanto, com o uso de medicações modernas, é possível observar resultados iniciais em poucas semanas e alcançar perdas de peso substanciais e sustentáveis dentro de 6 a 12 meses. Essa abordagem integrada, aliada a mudanças no estilo de vida, oferece uma alternativa poderosa e baseada em evidências ao tratamento da obesidade.
Fontes:
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2206038
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2032183
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